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segunda-feira, 30 de junho de 2014

As lições que a Copa do Mundo no Brasil vai nos deixar

By Jonatan Fortes

A seleção brasileira de futebol, pelo menos para a geração que não viu Pelé jogar, sempre foi um time que precisa provar qualidade. Nunca vi, nem mesmo nos tempos em que os “três erres” dominavam as notícias, que a nossa seleção entrava em campo com o jogo vencido. Uma vez, talvez, lá em meados dos anos 2000, a seleção do penta conseguiu provar que era mesmo boa, que conseguia tirar gritos de gol da torcida e colocar carreatas verde-amarelas na rua, bem no estilo “É tetra!”. Mas mesmo assim, a seleção ainda precisava provar, quatro anos depois, que era possível vencer outra Copa América ou outro mundial. E não venceu.


Nossa marca é o futebol moleque! Nosso estilo de jogo é aquele que o mundo espera, um talento brilhar, um drible, um gol bonito. O povo espera do time um brilho no olho, aquele algo a mais. Claro que todo mundo espera também o caneco! O título coroa todo e qualquer trabalho bem feito, mas não é essa a nossa marca. A nossa marca não é o título, é o jogo. Não é o caneco, apesar de ainda sermos a seleção que levantou mais taças, – e vai demorar pelo menos quatro anos para alguma nos alcançar (se ganharmos o hexa, serão pelo menos oito anos!) – mas isso é resultado do trabalho bem feito. O nosso estilo é outro, é fazer gol bonito, driblar e rir em campo.


Tanta pressão do país em cima de 23 garotos, alguns nem tão garotos assim, faz com que o trabalho seja sério demais. O Brasil está acostumado com jogo mais livre, mais malemolente. Em quantas copas a gente viu o Brasil fazer a torcida vibrar tanto? Quais foram as decisões mais importantes que levaram o povo na rua a gritar pelo país? Todos os jogos têm sido exemplos de cidadania e paixão pelo Brasil, mas será que estamos preocupados com a verdadeira essência da nossa seleção?


No primeiro jogo das oitavas de final, quando o Brasil se viu com grandes chances de sair, sobressaiu a força, garra e dedicação de dois nomes: Hulk, que mostrou ter talento também fora de campo, fazendo a torcida se lembrar dele em diversos momentos; e Júlio César, que se culpou pelo último resultado em copas e soube fazer a sua estrela brilhar na última atuação defendendo dois pênaltis e fechando muito bem o gol, obrigando o último batedor a acertar a trave.


A partir dessas observações de um curioso e nada entendedor de futebol, diga-se de passagem, que gostaria de pensar pelo aspecto fundamental desse texto, que são as lições que a copa pode deixar para os brasileiros, para as empresas e as marcas:


1 – Podemos sim ter a coragem de abrir a casa para receber grandes eventos


O Brasil tem condições de receber visitantes de outros países, pois todos conhecem a nossa marca, sabem onde estão pisando. Ninguém que visita o Brasil está esperando ser atendido por um garçom que fale três idiomas. Sabem também que aqui não tem gente fria e que não gosta de dar informações. Eles sabem que vão encontrar gente feliz, de bem com a vida e louca para agradar quem chegar, como se faz em casa, quando a visita chega sem avisar. A alegria do povo está nas ruas, e podemos receber gente de fora sim, com todos os nossos problemas, sem disfarces.


Os eventos precisam de organizadores, eles podem muito bem se preocupar com as estruturas básicas, os acessos, os avisos, todos os trâmites mais importantes para receber bem os visitantes. Nós nos preocuparemos com o tratamento, com a emoção, com as pessoas. Importante frisar que somos simples, não temos nenhuma tradição de superioridade intelectual ou cultural, somos multiculturais, somos plural, não temos distinção de raça, nem de credo, somos a própria cultura, essa é a nossa marca.


2 – Temos que ter muito cuidado com promessas e prazos, pois conhecemos o nosso eleitorado


As obras da copa, talvez o mais temido assunto desde que foi dada a notícia oficial de que seríamos o país sede. O Brasil tem fama de não administrar bem suas obras, principalmente as financiadas pelo governo. Sabemos que cada obra que foi feita, poderia ter sido mais rápida, mais barata e mais bem planejada. Resta tomar mais cuidado da próxima vez, cuidado com as promessas, com os prazos, não necessariamente com o conteúdo das obras, porque sabemos das necessidades. Precisamos nos preocupar com as equipes, os apoios, os contratos, as marcas que estarão presentes nesses espaços. Alinhar bem as parcerias para que todos possam usufruir dos resultados, principalmente o povo brasileiro, que está tão acostumado a sair perdendo sempre.


Temos que ter cuidado com quem vamos escolher para fazer as nossas escolhas, afinal, nós somos representados. Não conseguimos estar em todos os lugares, mas nossa opinião ainda vale nas urnas, nossa malandragem também tem que estar presente aí, temos que usar a nossa esperteza, no melhor sentido possível da palavra, para nos livrarmos dos espertos (no pior sentido) que só querem levar vantagem. A vantagem tem que ser para o povo, para quem sustenta essa nação e essa bandeira. Nossa marca é alegria, e povo alegre precisa de atenção, de estrutura e de educação de qualidade.


3 – Administrar a pressão por resultados, dentro e fora de campo


O mundo inteiro está olhando para o Brasil nesse mês. A copa do mundo é um evento esperado a cada quatro anos e todos querem saber como o país sede vai se sair. A imprensa mundial está de olho no que vai dar certo e no que não vai dar. Tivemos a sorte de não aparecerem os nossos maiores problemas. Alguns podem dizer que estes foram abafados, outros podem achar que realmente os insatisfeitos estão encantados com o clima de copa no país. Eu acredito que o que está aparecendo nas redes vai para o mundo inteiro, mesmo que os principais jornais não estejam noticiando. O que acontece hoje em dia, as redes sociais disseminam, nada fica de fora.


Não iremos terminar com todos os problemas no ano Leia mais…

Source: Ideia de Marketing



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