By Marcus Tonin
Moro em uma pequena cidade do interior do Rio Grande do Sul, mais precisamente na Serra Gaúcha. Este local, onde as paisagens bucólicas tomam conta, enchem os olhos dos moradores e principalmente dos turistas que aqui passam, está em período de safra da uva. O aroma da fruta se faz presente nas ruas da cidade, típico cheiro proveniente dos caminhões de agricultores que buscam vender e entregar suas colheitas.
Imagino que para os leitores que conhecem a Serra do Rio Grande do Sul, muitas lembranças já estão sendo despertadas, e para os que ainda não conhecem, a imaginação viaja na busca de construir esse belo cenário.
Pois bem, eis que algo inesperado mudou a rotina dos moradores de Flores da Cunha: o circo! O circo chegou! Isso me fez pensar um pouco mais sobre a estratégia de comunicação adotada na divulgação dos espetáculos. Dois carros de som, com volumes estridentes, pronunciando frases curtas e repetitivas, o circo vem “aterrorizando” os moradores durante o período em que está se apresentando.
Refletimos sobre a atenção que damos para os veículos e para os canais de comunicação nos dias atuais. Estamos vivendo em um tempo onde pouca coisa consegue prender nossa atenção, basta o nosso programa favorito entrar no intervalo comercial para que o controle remoto seja ativado e imediatamente o canal seja trocado em busca de outro entretenimento. Isso tudo faz com que algumas pessoas pensem que sejam necessários gritos e mais gritos para que alguém as escute.
Errado! E imaginem que esses gritos a que me refiro nem sempre são oriundos de uma boca tradicional. Muitas vezes quando abro a página do meu Facebook, por exemplo, ela parece estar aos berros comigo, tamanha a poluição postada ali. Esses gritos estão por toda parte, às vezes são gritos de clamor, gritos que pedem um segundo da nossa atenção. Mas não me parece que o caminho do sucesso seja esse, muito pelo contrário, me parece que, aos gritos, o que se consegue são apenas críticas e repudio.
Pois então, como conseguiremos a atenção que buscamos? Através de uma comunicação mais sensível. Na minha opinião, esse é o caminho. Tenho total consciência que é mais fácil falar do que fazer isso que proponho. Entretanto, quando iremos conseguir fazer de verdade se não nos propusermos de corpo e alma nessa tarefa? Enquanto estivermos gritando em meio à multidão seremos apenas mais um nesse manicômio, buscando a atenção de quem nem se quer vem nos visitar.
Quando falo em sensibilidade, falo em direcionar a nossa fala às pessoas que querem nos escutar, em falar a língua do público que queremos atingir, e obviamente em um tom de voz ameno e agradável, pois aos gritos me bastou aprender com o erro do circo. Sei que o intuito de vender nos faz tomar decisões que muitas vezes podem depor contra nós mesmos. Assim acabamos com o destino traçado, os famosos gastos em vão, culpa que consequentemente recai sobre o profissional de comunicação que estava ancorando esta empresa.
Enfim, merecemos mais tempo para dialogar sobre o assunto. O que me fez escrever sobre isso foi que realmente, aos berros, sempre iremos parecer crianças chorosas. O mundo mágico do circo, com seu grande poder da fantasia, tem infinitas possibilidades de trabalhar uma comunicação baseada nos sonhos infantis e no resgate desses mesmos sonhos por parte dos adultos. Eu realmente me decepcionei com o berreiro aberto pela boca do circo.
Enquanto escrevo esse artigo o carro do circo passa na minha janela e anuncia a sua última semana, com um desconto incrível de R$ 5,00 nos seus ingressos. Parece-me um bom desconto, alguém me acompanha?
The post O circo chegou! Gritar mais alto ajuda a vender? appeared first on Ideia de Marketing.
From:: Ideia de Marketing
The post O circo chegou! Gritar mais alto ajuda a vender? appeared first on Empresa Especialista em Marketing Digital em Brasília-DF.
http://brasiliadigitalmarketing.com.br/marketing-digital/2015/02/13/o-circo-chegou-gritar-mais-alto-ajuda-a-vender/
Nenhum comentário:
Postar um comentário