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segunda-feira, 27 de abril de 2015

[ENTREVISTA] Põe na Roda

By David Dias

A homossexualidade é um tema em pauta. Afinal, trata-se de direitos humanos e a discussão sobre o assunto cada vez mais toma força.

O preconceito é um dos principais pontos e é real, segundo pesquisas um gay é morto a cada 28 horas no Brasil, ou seja, homofobia mata.

Mas, como mudar isso? Com o advento da comunicação, as mídias conseguem fazer com que o público de massa seja exposto a temas, e consequentemente, há a chance de mudança e menos preconceito. Atualmente, emissoras como a Rede Globo, já possui algumas ações do gênero. E, recentemente, surgiu uma voz. Na verdade, três. São eles: Pedro HMC, Felipe Abe e Nelson Sheep, Os três compõe o canal Põe na Roda, o qual já possui 200 mil inscritos, mais de 15 milhões de visualizações e mais de 90 mil curtidas no facebook. Os números impressionam pelo pouco tempo e os caras mandam bem produzindo conteúdo diferenciado.

Pedro fala em breve  entrevista sobre o canal.

1- Conte-nos um pouco sobre vocês.

Eu (Pedro) sou webdesigner e designer gráfico por formação, e roteirista há 5 anos por opção dos amigos atores que me icentivaram a entrar na carreira, já que eu tinha ideias e sempre escrevia como hobby a princípio, até virar roteirista na MTV em 2010, onde fiquei até o começo de 2013 escrevendo o Furo MTV, um telejornal diário de humor. O Nelson é radialista formado e já trabalha com o público gay há bastante tempo com seu site, o Superpride. Já o Felipe é arquiteto por formação e trabalha como fotógafo.

2- Como foi essa junção dos três para a criação do canal e qual a maior dificuldade no início?

A maior dificuldade pra mim foi técnica. Eu não tinha equipamento (câmera, microfone, etc). Emprestei tudo até que pudesse comprar e fui aprendendo a usar enquanto gravava os primeiros vídeos (Não é por ser gay, Água, Heterossexuais perguntam…). Desde o início, nunca quis que o canal fosse um videolog, queria que fosse algo maior, mais colaborativo e mostrando mais pessoas. Pra isso eu precisava de mais gente, então convidei o Nelson a participar e mais tarde o Felipe, que já tinha um estúdio de fotografia que é onde gravamos até hoje.

3- No vídeo “Afinal, o que há dentro do armário?” existem dois fatos: Como foi para vocês, alguém assumir a sexualidade e também abordar a religião?

Foi um choque. Não esperávamos pela iniciativa do Luiz em assumir sua sexualidade publicamente em um vídeo nosso. Claro que acabou sendo um final maravilhoso para o video, mas ficamos com medo do que isso pudesse acarretar na vida dele. Felizmente a reação da família dele e todos conhecidos foi positiva, inclusive do pai, que até então era homofóbico, como ele relavata no vídeo. O garoto que aborda a religião foi um relato extremamente pesado. A gente chegou a chorar enquanto ele falava em religião, inferno e suicídio durante as gravações. Tivemos contato com uma parte do nosso próprio eu, que tínhamos esquecido até, a época onde também já foi um desafio pra nós se aceitar e consequentemente se assumir gay para si.

4- Para vocês, qual o principal motivo que gera a homofobia?

São vários fatores. A religião como dito acima, quando prega esse tipo de coisa, a ignorância e a sociedade ainda muito machista em que vivemos. Sobre a ignorância, qualquer um que conviva com gay acaba vendo que é uma pessoa como qualquer outra, mas precisa se permitir e conhecer isso.

5- Existe algum outro vídeo que marcou vocês?

O vídeo do Gaydar! Ficamos com ensolação e muito queimados de gravar num sol infernal no centro da cidade em pleno verão e sem protetor ahahah… Brincadeira (mas fato, nos queimamos muito de fazer ferida rs). Os vídeos dos pais e das mães são dois vídeos que marcaram muito a gente, e também são vídeos que muita gente para a gente na rua pra comentar, inclusive heterossexuais. Acredito que seja especial pra todo mundo, porque família todo mundo tem, então é fácil de se identificar.

6- Sabe-se que fazer não é fácil criar, produzir, editar e todos os passos para exibir  algo com qualidade. Vocês já estão tendo retorno?

O retorno financeiro ainda é muito baixo, mas acreditamos no potencial do projeto e fazemos principalmente porque acreditamos na causa e o feedback que recebemos de todo lado é muito expressivo. Fizemos algumas ações comerciais, mas este ano de 2015 nosso desafio é fazer isso crescer, já que número e audiência temos, o desafio agora é convencer o mercado que pode sim ser legal anunciar num veículo dirigido ao público gay mas que agrada a todo tipo de público e não necessariamente está ligado ao sexo,o que é algo novo no Brasil.

7- As pautas dos vídeos possuem humor e seriedade, como é trabalhar com essa pluralidade de formatos?

Isso é algo que sempre fiz questão. Já que estamos falando de um mesmo universo, pra não cair na mesmice e nem ficar chato, variamos demais os formatos, e ainda vamos estrear muitos outros em 2015. Hora fazemos esquetes de humor, hora vídeos de depoimentos reais, entrevistas, gameshow, bate-papo… O formato varia de acordo com a pauta, vemos o que combina mais, como dá pra explorar melhor cada tema.

8- Nosso blog é destinado aos estudantes de publicidade, como eu, e particularmente fico feliz em ver um conteúdo gay de qualidade e que quebra paradigmas. Obrigado.

Nós que agradecemos por gostar do nosso trabalho, é algo que nos motiva muito a seguir em frente e acreditar cada vez mais no canal que vamos construindo semana a semana! Muito obrigado!!

Para quem não conhece o canal, acompanhem pelo Facebook e vejam os vídeos a cada semana.

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