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sábado, 30 de maio de 2015

“Lucy” e as regras para uma vida publicitária online e offline

By Roberto Schultz

O cinema americano, apesar das obviedades mostradas nos seus enredos puramente comerciais (“pra vender filme”), e daquela realidadezinha muito peculiar a eles (e que pouco se aplica a nós), tem um inegável know how em matéria de efeitos especiais e de tecnologia nos seus filmes. Mas não podemos nos sentir diminuídos. O que sobra para eles não é apenas criatividade. Isso nós temos bastante. O que sobra mais por lá é grana para fazer as coisas até acertar e errar, continuamente, usando a tecnologia mais cara.

E nós não temos isso, a grana e a tecnologia. Em compensação, com o pouco que temos, fazemos bem feito. Somos pobres (e recebemos o bolsa família), porém limpinhos. E sabemos fazer uns filmes bacanas. Caso alguém aí ainda não tenha assistido, recomendo o filme 2 Coelhos, brasileiro, escrito e dirigido por AFONSO POYART e lançado em 2012. Aliás, Poyart iniciou sua carreira trabalhando em motion graphics e na produção (ou pos-produção) de publicidade. E, por causa de 2 Coelhos, em breve Poyart lançará o filme Solace, todo feito em Hollywood com elenco “dos grandes” (incluindo ANTHONY HOPKINS e COLIN FARREL, entre outros). Um caminho que também trilhou o hoje já internacionalmente consagrado e competente Diretor FERNANDO MEIRELLES (da produtora O2 Filmes, que faz publicidade até hoje), iniciado na publicidade.

E não é só eles. Tem mais gente trilhando outros caminhos que começaram na publicidade. Uma empresa que é cliente minha, começou fazendo animações para sites de venda de imóveis (mostrando apartamentos em todas as dimensões, sem que o potencial comprador precisasse ir até o imóvel). E também games unicamente com fins publicitários para websites. Hoje, eles largaram a publicidade. E hoje se dedicam exclusivamente a games de entretenimento (sem conotação publicitária), que exportam para o mundo (e com o apoio e a admiração dos americanos). Tudo isso ali no Centro Tecnológico da PUC-RS, por gente jovem e descolada feito você.

E é aqui que eu chego em LUCY, o filme do francês LUC BESSON, tendo como protagonista a sempre impagável SCARLET JOHANSSON. O filme tem um roteiro que mistura o tradicional festerê bagunceiro de Hollywood para vender entretenimento, com algum requinte dado pela “francesisse” (termo que acabei de criar para definir “o exercício de ser francês”) de Luc Besson. Entre todas as críticas; aquelas fazendo “ohhh!” e as outras esculhambando completamente o filme, a melhor definição veio de David Edelstein, do New York Magazine/Vulture que disse que o filme é “Uma mistura bizarra de entretenimento de alta bobagem e alto estilo.” E é isso mesmo.

Em alguns momentos em que a mocinha (detesto esse termo antiquado) está na iminência de entrar numa roubada, o filme corta para a cena de um antílope (ou gazela, não importa) sendo cercado por um leão, na pradaria africana. E assim em outras cenas, em que situações urbanas do filme são confrontadas por Besson com situações da cadeia alimentar; da natureza; da vida, enfim.

Não vou fazer, aqui, uma resenha mais detalhada do filme. Mas LUCY conta a história de uma americana, em Tóquio, fazendo festa e se divertindo, até que um “ficante” dela,  irresponsável, a manda entregar uma valise nas mãos de traficantes. E aí os tra-ficantes (#trocadilho infame) resolvem usá-la – com outras pessoas – como “mula”, para transportar uma certa droga azul dentro do próprio corpo.

Acontece que a bolsa plástica rebenta dentro do estômago e o organismo de LUCY passa a absorver boa parte daquele conteúdo. E a tal droga azul desenvolve na mente do usuário a incrível possibilidade dele se utilizar de uma parte bem maior da capacidade da sua mente. O que também já foi explorado – através de uma droga parecida – no filme Sem Limites, protagonizado pelo BRADLEY COOPER.

O filme dá, no seu inicio, uma verdadeira “palestra” (pela boca do MORGAN FREEMAN) sobre o limitado uso que nós, humanos, fazemos da nossa capacidade mental. Uma palestra que, dizem as críticas, é fundamentada em fatos científicos de verdade. Vale a pena assistir. Mas é, em resumo, aquela história de usarmos apenas 10% dessa capacidade.

Tendo ingerido a droga, LUCY fica tão perceptiva ao mundo que praticamente se transforma numa espécie de terminal autônomo, cujo servidor central é o próprio mundo, ao qual ela tem ilimitado acesso. Pelas ondas da própria mente, ela acessa computadores, tablet, sistemas de dados e até enxerga (!!) as ondas sonoras dos celulares das pessoas que andam na rua, sendo capaz de “ler” e selecionar as conversas. Entre outras peripécias, entre as quais as mais divertidas é a possibilidade de “lutar” ou neutralizar uma porção de japoneses bandidos que a perseguem. Isso só com a mente. Mas essa parte das lutas é aquele trecho do “me engana, que eu gosto”, presente em todos os filmes americanos.

O que interessa, para o que escrevo aqui, é essa existência híbrida de LUCY como um ser humano e, ao mesmo tempo, um ser virtual. Ela é online e offline ao mesmo tempo. E que – sem estragar o filme para quem ainda não assistiu – chega a um ponto meio ridículo do meio para o fim. A velha incapacidade dos americanos; com todos os dólares que possuem, de não saber como fechar um filme de forma decente.

Desde o inicio dessa onda de Publicidade ou, mais amplamente, de Comunicação Digital, que eu ouço falar que “não há legislação específica para o que se veicula na Internet”. Há pelo menos cinco anos, quando eu dava aulas de Legislação num curso superior de Comunicação Digital, que eu já ouvia falar disso e achava graça, dizendo que sim, há uma legislação aplicável, pois a natureza da comunicação, em si, é igual no modo OFF e ON LINE.  O que muda é apenas o veículo de comunicação !!!

A legislação que me impede de colar, num poste, a foto (tirada com filme fotográfico e depois impressa em papel, que existia, lembra?) de uma atriz conhecida, nua, ou, ainda, de transitar pelas ruas, numa Kombi, com um megafone, xingando um politico; autoridade ou empresário, é a mesmíssima legislação que me impede de fazê-lo, agora, também Leia mais…

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