By Bill Almeida
Vivemos tempos estranhos. A intolerância, a incompreensão e os preconceitos de todos os tipos têm aflorado em opiniões de alguns setores da sociedade. Não apenas isto acontece no Brasil de hoje, como podemos ver esse movimento na Europa, em plena crise dos refugiados sírios e iraquianos, e também nos EUA.
Para o desprazer da humanidade, Donald Trump, o bem-sucedido empresário da área hoteleira e imobiliária, está liderando as pesquisas de intenção de voto nas prévias do partido Republicano. Minha lástima, nem é tanto pelo fato de ele ser totalmente despreparado, mas por suas declarações contra os latinos, especialmente os mexicanos e hispânicos. Num comício no início do ano, Trump disse que os EUA deveriam fechar a fronteira com o México, pois o país enviava apenas o que “havia de pior” por lá. (nem vale a pena repetir suas baboseiras, para quem quiser saber o que ele disse na íntegra, clique aqui).
Pois bem, depois de celebridades latino-americanas como a mexicana Thalia, a colombiana Shakira, Romeu Santos, descendente de latinos e outros famosos de diversas origens manifestarem seu repúdio às declarações de Trump (que segue dizendo barbaridades e talvez este seja o motivo que o mantêm líder nas pesquisas, pois preparo ele já mostrou não ter), a Coca-Cola, durante este momento chave da história americana, em que a Califórnia passou a ter a maioria de sua população composta por latinos, os EUA retomaram relações com Cuba e Obama colocou em pauta a reforma nas leis de imigração, lançou uma campanha genial que, para muitos nas redes sociais, foi um recado a este que pretende ser o próximo presidente da nação mais importante da atualidade.
De 15 de setembro à 15 de outubro, celebra-se nos EUA, este ano, o mês da “Herança Latina”, e a Coca-Cola, marca conhecida por tomar para si diversas causas (como este lindo comercial para internet sobre a homossexualidade e a amizade, ou este aqui que também deu muito o que falar nas redes sociais no ano passado durante o Super Bowl, quando a marca trouxe estadunidenses de diversas origens para cantar a emblemática canção “America the Beautiful” noutros idiomas) lançou uma campanha “Orgulloso de ser latino” que promove este orgulho de ser latino.
As latas e garrafas com nomes não são mais novidades, mas a marca inovou ao propor que os sobrenomes latinos saíssem das embalagens e fossem parar na pele dos consumidores, confira o vídeo de lançamento da ação e entenda:
Tatoos! É isso mesmo que você viu! Para um latino-americano, o orgulho de ser quem é está em seu idioma, em sua cultura, em suas origens, em seus sobrenomes e sobretudo em seus corpos. Mais uma vez a Coca-Cola usou seu poder de nos fazer emocionar e levantou uma importante bandeira em meio a tanta ignorância e xenofobia.
Ps.: Brasileiros que apoiam as declarações de Trump, não se esqueçam que vocês também são latinos e seriam classificados como tal nos EUA, já que é uma declaração que não leva em conta as origens étnicas (há latinos de origem europeia como a maioria dos argentinos, há latinos de origem indígena, como grande parte dos bolivianos, há latinos de origem negra como muitos brasileiros, àrabe, asiática e por aí vai.. o que faz de um latino ser latino é, a priori, sua língua, a saber o espanhol, português e francês aqui na América, embora haja muita controvérsia, já que os francófonos do Canadá não são considerados latinos, já os haitianos sim…)
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