Que tem muito brasileiro insatisfeito com a Copa acontecendo nesse momento, ah tem. Nós sabemos dos problemas do nosso paÃs e a grandeza desse evento (leia-se os gastos devido à grandeza) geraram um grande mau humor. Os turistas não tem nada a ver com isso, mas é inegável que com o foco no Brasil e muita gente de fora vendo de perto algumas dificuldades, mesmo com o Governo veiculando campanhas de incentivo e alegria como se não houvesse amanhã.
A Copa trouxe um holofote para a desigualdade e os problemas de infraestrutura no paÃs, o que pode prejudicar o modo como a nação se vende no cenário internacional.
O tema âBrasilâ foi o mais debatido na última edição do Arena do Marketing (evento promovido pela Folha junto com a faculdade ESPM) no último dia 9. O debate foi mediado pela jornalista Thais Bilensky e teve também a participação de Marcelo Serpa e do diretor-geral da graduação da ESPM de São Paulo, Luiz Fernando Garcia. Segundo Serpa, sócio da agência AlmapBBDO a marca Brasil passa por um momento difÃcil. Mesmo com o crescimento econômico ainda há problemas de infraestrutura. Segundo Marcelo, o paÃs quis se expor mas não soube bem como fazer isso, e provavelmente pagaremos um preço futuramente.
Porém um grande passo foi dado, afinal passamos a reconhecer nossas dificuldades e isso por si só demonstra o quanto evoluÃmos. Marcelo não acha que a marca âBrasil’ está ameaçada, porém acredita que esteja passando por um momento difÃcil.
ââ¦Mas temos um problema de infraestrutura, e a Copa amplificou também nossa incompetência. Se isso ficasse entre nós poderÃamos discutir em que melhorar, mas tem bilhões de pessoas assistindoâ
Crescimento
Porém a imagem negativa do Brasil diminuiu sim e, além disso, o pensamento do brasileiro evoluiu.
âSomos um paÃs que deixou a desculpa da adolescência para trás. Deixamos de ser o Orfeu Negro em que somos pobres, mas felizes. Temos muita desigualdade social, racismo velado, uma dificuldade enorme [de eficiência na infraestrutura]. [Reconhecer isso] à um grande sinal de maturidade.â Afirmou Marcelo.
Segundo o publicitário o Governo gastou bastante em propaganda nessa Copa, mas ainda assim podiam ter feito melhor. Ele afirma que não trabalha com o Governo então não se sente à vontade para criticar, porém não houve aderência nas ruas, então a comunicação é falha.
Também usou de exemplo o modo como algumas grandes empresas e companhias destacam demais seus esforços nas campanhas.
Ele afirma que toda campanha deveria ter um fundo de verdade ao invés de tentar apenas falar bem. Afinal, o cidadão brasileiro não é mais tão influenciável e usa de meios como a internet para se informar e questionar.
Agradando a todos
Um dos pontos que mais gostei foi a observação das campanhas âpoliticamente corretasâ. Podemos notar uma fase mais neutra onde aparentemente o comercial é feito para não desagradar ninguém. Do meu ponto de vista isso limita muito a criatividade e tira a graça de vários anúncios. Mas segue o que foi dito:
âSe você acha que vai agradar 100% da população, você vai criar uma campanha absolutamente amorfa. à sorvete de baunilha. Ninguém odeia baunilha, mas também não empolga muito. Não emociona.
Por fim, diversidade
âA diversidade implica em respeitar uma pessoa que seja, pense e aja como ela é. As pessoas tendem a levar sua opinião [politicamente correta] sem respeitar que o outro tenha opinião divergenteâ
Ou seja, hoje em dia muito é falado de diversidade, contanto que todos concordem com seu ponto de vista. à importante saber que diversidade inclui não levar a ferro e fogo. Quando deixamos de ouvir uma opinião que diverge da nossa também deixamos de conhecer novos pontos de vista e, por fim, podermos crescer e conhecer mais o próximo.
Fonte: Folha
Source: Midia Publicitaria
Publicitário afirma que na Copa marca âBrasilâ pode ser prejudicada
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